Intolerância à lactose
- Esteticamente Saudável
- 13 de jul. de 2021
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A intolerância à lactose é caracterizada por problemas na digestão ou absorção da lactose, que ocorrem devido a menor capacidade de hidrolisar (ou seja, quebrar) a lactose em glicose e galactose. Isso ocorre devido a menor ação da lactase, enzima responsável por fazer essa quebra.
Quando a lactose deixa de ser digerida e absorvida no intestino delgado, ela para no intestino grosso, onde é fermentada pelas bactérias ali presentes, produzindo gases, e tornando o meio mais ácido.
Esse processo de fermentação provoca sintomas gastrointestinais, como fezes amolecidas e diarreia, dor abdominal, sensação de inchaço, flatulência, e vômitos em alguns casos. Além disso, as fezes podem tornar-se espumosas, aquosas, e em grande quantidade.
Existem alguns tipos de testes de tolerância à lactose, que são feitos em laboratório. Na técnica mais comum o paciente ingere de 25g a 50g de lactose, e em seguida é avaliada a sua curva glicêmica, ou seja, é avaliado se os níveis de glicose sanguínea elevam-se. Se o paciente foi capaz de digerir a lactose, liberando glicose + galactose, os níveis de glicose no sangue vão se elevar (lembre-se, a galactose é transformada em glicose depois de absorvida).
O tratamento da intolerância à lactose é normalmente iniciado com a remoção temporária do leite e derivados da dieta, até que os sintomas diminuam. Após esse período, realiza-se a reintrodução de alimentos com lactose, de acordo com a tolerância individual de cada paciente.
A maioria das pessoas que possuem intolerância à lactose suportam cerca de 12g de lactose /dia (quantidade presente em 1 copo de leite) sem apresentar qualquer sintoma.
É importante destacar que a exclusão total e definitiva da lactose da alimentação não é recomendada, visto que pode haver deficiência de alguns nutrientes, como cálcio, fósforo e vitaminas, o que pode acarretar em problemas como redução da densidade mineral óssea e fraturas.
Existe também a opção farmacológica da terapia de reposição enzimática com lactase exógena, que consiste em ingerir os alimentos fonte de lactose juntamente com a enzima lactase produzida em laboratórios farmacêuticos. Essa medida é adotada quando as tentativas orientadas de reintrodução da lactose não funcionam.
FONTE: MATTAR, R.; MAZO, D.F.C. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 56, n. 2, p. 230-6, 2010.
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